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Sobreviventes do Holocausto estão espalhados em 90 países; 245 mil seguem vivos

O Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, observado anualmente em 27 de janeiro, evoca a memória do Holocausto, o genocídio que resultou no massacre de 6 milhões de judeus europeus e vários outros grupos minoritários pelos nazistas e seus cúmplices. Cerca de oito décadas após esse evento horrendo, revelações de um novo estudo, divulgado na terça-feira (23), indicam que cerca de 245.000 sobreviventes judeus ainda habitam mais de 90 países ao redor do mundo.

Holocausto: Distribuição demográfica dos sobreviventes

Dos sobreviventes identificados pelo estudo, quase metade (49%) residem em Israel. Outros 18% se estabeleceram na Europa Ocidental, 16% nos Estados Unidos, e 12% em países que anteriormente faziam parte da União Soviética. Essas informações foram reunidas e analisadas por um estudo realizado pela Conferência sobre Reivindicações Materiais Judaicas Contra a Alemanha, conhecida como Conferência de Reivindicações, que tem sede em Nova York.

O relatório demográfico, apresentado pela primeira vez, forneceu uma avaliação quantificada ao invés de estimativas aproximadas sobre o número de sobreviventes do Holocausto ainda vivos. Infelizmente, esse número está rapidamente diminuindo, pois a maioria desses sobreviventes tem em média 86 anos e frequentemente enfrentam desafios de saúde decorrentes de sua idade avançada. Cerca de 20% dos sobreviventes têm mais de 90 anos, sendo a maioria (61%) mulheres, em contraste com os homens (39%).

Crianças Sobreviventes

A maioria esmagadora (96%) dos sobreviventes são denominados “Crianças Sobreviventes”, nascidas após 1928, conforme apontado no relatório “Holocaust Survivors Worldwide: Uma Visão Demográfica”. O estudo foi baseado em dados coletados até agosto de 2023.

De acordo com Greg Schneider, vice-presidente executivo da Claims Conference, é crucial reconhecer os indivíduos representados pelos números divulgados no relatório. “Estes são judeus que nasceram num mundo que queria vê-los assassinados. Eles suportaram as atrocidades do Holocausto na juventude e foram forçados a reconstruir uma vida inteira a partir das cinzas dos campos e guetos que exterminaram suas famílias e comunidades”, disse ele.

Holocausto: Fatos e números da perseguição Nazista

Durante o Holocausto, seis milhões de judeus europeus e membros de outras minorias foram mortos pelos nazistas e seus colaboradores. A quantidade exata de judeus que conseguiu sobreviver aos campos de extermínio, guetos ou a locais escondidos em toda a Europa ocupada pelos nazistas, ainda não é clara. No entanto, era uma fração da população judaica pré-Segunda Guerra Mundial na Europa.

Por exemplo, na Polônia, onde 3,3 milhões de judeus residiam em 1939, apenas cerca de 300 mil conseguiram sobreviver. Fatos semelhantes ocorreram na Alemanha, onde aproximadamente 560 mil judeus viviam em 1933. No final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, esse número havia diminuído para cerca de 15.000 devido à emigração forçada e ao extermínio em massa. Atualmente, o relatório demográfico conclui que somente 14.200 sobreviventes ainda vivem na Alemanha.

Memória, Luta e Superação: Testemunhos dos Sobreviventes

Entre os sobreviventes ainda vivos está Ruth Winkelmann, que escapou ao se esconder com sua mãe e irmã em um barracão de jardim na periferia norte de Berlim. Seu pai foi morto no campo de extermínio de Auschwitz e sua irmã mais nova, Esther, faleceu devido a doença, fome e exaustão em março de 1945. Hoje, aos 95 anos, Winkelmann ainda mora em Berlim e afirma que a dor da perda é uma presença constante em sua vida.

Apesar do sofrimento, Winkelmann dedidica-se à missão de compartilhar sua história. Aos 95 anos, ela continua visitando escolas por toda a Alemanha, transmitindo uma mensagem importante para os ouvintes mais novos. “Digo às crianças que todos temos um Deus. Embora lhe demos diferentes nomes e tenhamos orações diferentes para Ele, devemos focar no que nos une. E mesmo que discordemos, nunca devemos parar de dialogar”, disse ela.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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