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Estudo aponta dados alarmantes sobre abuso sexual na Igreja Espanhola: saiba mais

A Igreja Católica na Espanha, num gesto de total transparência, decidiu recentemente partilhar com a Comissão Episcopal Espanhola (CEE) um relatório encomendado pelo renomado escritório de advocacia Cremades & Calvo Sotelo. Este relatório debruça-se sobre os casos de abusos sexuais e de consciência que têm assolado a Igreja na Espanha. Este fato ocorre após partida do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), onde registou no congresso uma proposta para que o Defensor do Povo investigasse os abusos dentro da Igreja Católica.

A encomenda do relatório foi aprovada em 10 de março de 2020 e os resultados apresentados em 27 de outubro deste ano, mas só agora é entregue à CEE. Segue-se uma controvérsia sobre o atraso da entrega do relatório por parte do escritório de advogados, que supostamente não estava cumprindo o prazo estipulado em contrato. Segundo o porta-voz da Comissão Episcopal, dom Francisco César García Magán, eles não gostaram do atraso.

Por que o relatório atrasou?

As razões do atraso, segundo o escritório de advocacia, estavam relacionadas à complexidade e profundidade do trabalho que estava a ser desenvolvido pela equipe do escritório, composta por cerca de trinta profissionais de perfis diversos. Inicialmente, estava previsto que o trabalho teria a duração de um ano e que os resultados seriam entregues em março de 2023, mas o prazo teve de ser estendido até junho de 2023 devido à dificuldade inerente à tarefa.

O que é abordado no relatório?

O relatório intitulado “Para dar luz”, apresentado pela CEE em junho de 2023, recolheu 927 denúncias de alegados abusos sexuais contra menores ou pessoas vulneráveis cometidos entre os anos de 1940 e 2022. No entanto, este relatório inclui declarações prestadas pelos escritórios diocesanos criados para a proteção de menores, sem pressupor ou provar a inocência ou a culpa. O documento também adverte que pode haver duplicação de depoimentos.

Além disso, o trabalho do Defensor do Povo, Ángel Gabilondo, publicado no final de outubro, recolheu depoimentos de 487 alegadas vítimas. O seu relatório sugere que o abuso sexual infantil cometido em ambiente religioso é um problema que afetou 1,13% dos adultos na Espanha.

Estas alegações levaram à convocação extraordinária de uma Assembleia Plenária. Entretanto, o cardeal Omella e outros bispos rejeitaram tais extrapolações. O arcebispo de Barcelona, ​​usando a plataforma X (anteriormente Twitter), reforçou o compromisso da Igreja em eliminar este terrível flagelo da sociedade.

No que diz respeito à credibilidade dos relatórios sobre abusos, houve um caso de um relato de abuso falso noticiado pelo jornal El País e incorrido no relatório do Defensor do Povo. Este caso causa dúvidas quanto à validade desses relatórios. Para combater isso, a Conferência Episcopal pede maior cuidado e rigor nas investigações.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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