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UE condena governo chinês por raptar crianças tibetanas: há risco de doutrinação

Em uma reunião recente, no dia 14 de dezembro de 2023, o Parlamento Europeu seguiu o exemplo das Nações Unidas e condenou a prática chinesa de sequestrar e doutrinar crianças tibetanas, que passam a frequentar compulsoriamente internatos na China. Essa condenação se baseou na observação da deterioração contínua da situação dos direitos humanos no Tibete, sob a liderança mais opressiva de Xi Jinping.

Os fatos apresentados na resolução são preocupantes: as autoridades chinesas implementaram um amplo sistema de internatos obrigatórios para crianças tibetanas entre 4 e 18 anos de idade. Destas instituições fortemente politizadas, emanam exigências para que as crianças frequentem a educação obrigatória em mandarim, sem a oportunidade de aprender sobre a língua, cultura ou história tibetana.

Até que ponto a China tem ido com essa prática?

Aproximadamente 80% das crianças tibetanas, o equivalente a cerca de um milhão de jovens, foram separadas de suas famílias pelo sistema estabelecido pelos chineses. O objetivo é bastante claro: força-las a se assimilarem à cultura, religião e língua da maioria Han da China. Os danos psicológicos e emocionais causados a essas crianças são graves e apontam para uma violação dos direitos humanos internacionais, podendo, inclusive, ser classificados como genocídio.

A Europa tem planos de tomar alguma medida?

A resolução do Parlamento Europeu não se concentrou apenas na situação tibetana. A condenação estende-se às políticas repressivas de assimilação em toda a China, em especial ao sistema de internato no Tibete e a práticas semelhantes em relação aos Uigures. Os parlamentares europeus exigem a abolição imediata do sistema de internato no Tibete, bem como o fim da prática de separações familiares. E, além disso, insta as autoridades chinesas a permitirem a existência de instituições privadas de ensino tibetano.

O Parlamento Europeu saudou ainda a decisão dos Estados Unidos de impor restrições de visto a funcionários chineses ligados ao sistema de internato no Tibete. Ele pede que os estados membros e o Conselho da União Europeia também adotem sanções semelhantes. Adicionalmente, solicita que diplomatas europeus tenham acesso aos internatos tibetanos e permite que jornalistas independentes e observadores internacionais vejam a situação de perto. Por fim, exorta o governo chinês a retomar o diálogo com os representantes do 14º Dalai Lama, visando estabelecer a autonomia genuína dos tibetanos na China.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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