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Poligamia é pecado? O que a Bíblia fala sobre poligamia?

A poligamia é um termo que se refere a um sistema de casamento ou relacionamento em que uma pessoa se casa ou mantém relacionamentos simultâneos com várias outras pessoas. Existem diferentes formas de poligamia, incluindo:

  1. Poliginia: Este é o tipo mais comum de poligamia e envolve um homem que se casa com várias mulheres ao mesmo tempo. A poliginia era historicamente mais difundida em várias culturas.
  2. Poliandria: A poliandria é um sistema em que uma mulher se casa com vários homens ao mesmo tempo. Embora seja menos comum do que a poliginia, a poliandria existe em algumas sociedades.
  3. Poliamor: O poliamor é uma forma de relacionamento consensuais em que as pessoas têm múltiplos parceiros românticos ou sexuais, sem necessariamente formalizar o casamento legal. Não é estritamente poligamia, uma vez que não envolve necessariamente o casamento legal, mas é uma forma de relacionamento não monogâmico.

A poligamia tem sido praticada em várias culturas e sociedades ao longo da história, muitas vezes por razões religiosas, econômicas ou culturais. No entanto, em muitos países, a poligamia é ilegal e não é reconhecida pelo sistema legal.

É importante notar que a poligamia é diferente da monogamia, que envolve casamento ou relacionamento exclusivo entre duas pessoas. As opiniões e atitudes em relação à poligamia variam amplamente em todo o mundo, e sua prática é influenciada por fatores culturais, religiosos e legais.

A poligamia no Antigo Testamento era permitida?

Contrariamente ao entendimento comum, a doutrina católica não afirma que a poligamia era permitida no Antigo Testamento, mas reconhece que houve uma dispensa divina por razões específicas. Tais dispensas são evidenciadas nas narrativas bíblicas que citam homens como Abraão, Jacó, Davi, e Joás, que tiveram várias esposas.

De acordo com Santo Tomás de Aquino, esses homens só puderam contrair novos matrimônios com múltiplas mulheres por receberem de Deus uma revelação clara de que estavam autorizados a fazê-lo. Essa dispensa tinha o objetivo de multiplicar a prole para a educação na fé. Ocasionalmente, as dispensas permitiam aos pagãos realizar segundas núpcias enquanto a primeira esposa estava viva.

O que mudou com o Novo Testamento?

No Novo Testamento, a poligamia simultânea foi estritamente proibida, e a dispensa anterior foi revogada por Cristo. Esta proibição é explicitada no Evangelho de Mateus 19: 3-9, onde Jesus ensina que o homem não deve separar o que Deus uniu. O Concílio de Trento reafirmou essa proibição e declarou que aqueles que acreditam que os cristãos podem ter múltiplas esposas estão incorrendo em heresia.

Portanto, a perspectiva da Igreja Católica baseada na Teologia Moral é clara: a unidade matrimonial é uma propriedade essencial do matrimônio, tanto na natureza quanto no sacramento, e a poligamia e a poliandria são contrárias à lei divina positiva.

Como a Poligamia Começou na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Em 1831, Joseph Smith, o fundador da Igreja, iniciou a prática da poliginia após um evento supostamente divino. Smith havia questionado em oração a prática antiga do casamento plural encontrada no Antigo Testamento, o que resultou em uma instrução divina para reaplicar o princípio na igreja. O público só tomou conhecimento da prática durante o tempo de Brigham Young, o sucessor de Smith.

É interessante notar que muitos santos do último dia, educados em lares monogâmicos tradicionais, resistiam fortemente à ideia de um homem ter múltiplas esposas. No entanto, isso não impediu que a prática continuasse por mais alguns anos.

Quando a Igreja Proibiu a Poligamia?

A prática de poligamia na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias finalmente chegou ao fim em 1890. Wilford Woodruff, quarto presidente da Igreja, recebeu uma revelação na qual Deus instruiu o fim da prática do casamento plural. Desde então, ninguém é permitido praticar a poligamia e continuar a ser membro da Igreja.

Poligamia é pecado?

A questão de a poligamia ser considerada um pecado ou não depende das crenças religiosas e das tradições culturais. Não há uma resposta única para essa pergunta, pois as opiniões variam entre diferentes religiões e sistemas de crença. Aqui estão alguns pontos de vista comuns:

  1. Cristianismo: Na maioria das denominações cristãs, a poligamia não é permitida e é considerada contrária às doutrinas cristãs. O Novo Testamento da Bíblia enfatiza a monogamia e o casamento entre um homem e uma mulher. No entanto, é importante notar que há grupos religiosos e culturas cristãs que praticaram a poligamia no passado.
  2. Islamismo: A poligamia é permitida no Islã, com algumas condições. De acordo com a lei islâmica, um homem muçulmano pode ter até quatro esposas simultaneamente, desde que ele possa tratá-las com igualdade e justiça. No entanto, a permissão para a poligamia é frequentemente acompanhada de diretrizes rigorosas.
  3. Outras religiões e culturas: Em várias culturas e religiões em todo o mundo, a poligamia foi praticada historicamente. Ela pode ser aceita ou rejeitada com base em crenças culturais e religiosas específicas.

Portanto, se a poligamia é vista como pecado ou não depende do contexto cultural e religioso. Cada sistema de crença e cultura tem suas próprias regras e normas em relação ao casamento e à poligamia. É importante consultar as autoridades religiosas ou líderes espirituais de uma determinada religião ou tradição para obter orientações específicas sobre o assunto.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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