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ONU e Igreja trabalham juntos pelos refugiados de Bangladesh: um povo esquecido

Um comunicado enfático do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) foi dirigido ao governo da Indonésia na quinta-feira. A organização apelou por ações para prevenir outro ataque a refugiados, depois de um incidente chocante em Banda Aceh no dia anterior. Segundo relatos da mídia, centenas de jovens invadiram o porão de um prédio onde estavam abrigados dezenas de refugiados da comunidade Rohingya, uma minoria muçulmana que fugiu da perseguição em Mianmar.

Um Milhão de Deslocados Rohingya em Acampamentos

Atualmente, quase um milhão de Rohingya vivem em campos de deslocados em Bangladesh, enquanto mais de mil chegaram à Indonésia de barco nos últimos meses. O ataque se mostra como um grave alerta para a segurança dos deslocados que já carregam traumas diversos.

O ACNUR reagiu ao ataque violento com imediata preocupação, citando em comunicado: “profundamente perturbado ao ver um ataque de uma multidão a um local que abriga famílias vulneráveis ​​de refugiados.” A multidão conseguiu romper o cordão policial e forçar 137 refugiados em dois caminhões, transferindo-os para outro local na cidade. O incidente deixou os refugiados chocados e traumatizados.

Igreja em Bangladesh expressa solidariedade à população Rohingya

Cerca de um milhão de pessoas de etnia Rohingya, que estão abrigadas em campos de refugiados em Cox’s Bazar, em Bangladesh, vêm recebendo auxílio por parte da Igreja local, desde 2017, devido à intensa perseguição que sofrem em Mianmar. Padre Terence Rodrigues, vigário geral da arquidiocese de Chattogram, declarou em entrevista dada ao jornal vaticano, L’Osservatore Romano, a preocupação daquela Igreja com a situação da população Rohingya.

Palavras do Papa Francisco e a atuação da Igreja

Na primeira audiência geral de 2024, o Papa Francisco reforçou a importância da atenção para com os migrantes e refugiados, lembrando também dos Rohingya. Padre Terence mencionou que a Igreja tem trabalhado para garantir dignidade, segurança e fututo aos refugiados Rohingya. Além disso, há a atuação de um padre jesuíta e um religioso em Cox’s Bazar, que cooperam com o Serviço Jesuíta aos Refugiados e a Caritas diocesana e nacional.

A Regularização da Segurança dos Refugiados

Deste modo, o ACNUR insiste em que haja medidas de proteção para todos os indivíduos desesperados e funcionários humanitários, encorajando as autoridades locais a assumir a responsabilidade da segurança. Além disso, a agência da ONU destacou que o ataque não foi um acidente, mas o culminar de uma campanha de desinformação e discurso de ódio contra refugiados online. Tal campanha tem como objetivo denegrir os esforços da Indonésia para auxiliar essas pessoas desesperadas.

O ACNUR apela ao público para se manter ciente desta campanha online, que ataca não só as autoridades, mas também as comunidades locais, refugiados e trabalhadores humanitários. A agência adverte que a desinformação resultante está colocando vidas em perigo. O comunicado termina com uma nota de cautela, aconselhando as pessoas a revisar e verificar as informações postadas online, muitas das quais podem ser falsas ou distorcidas, endossadas por imagens produzidas por inteligência artificial e discursos de ódio de bots nas redes sociais.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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