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Mais de 80 cristãos morrem durante conflitos em Manipur; violência está piorando

Há quase nove meses, em maio de 2023, um conflito explosivo começou no nordeste da Índia que impactou e continua a afetar a vida de milhares de pessoas. O estado de Manipur se tornou o campo de batalha para uma disputa envolvendo a comunidade tribal Kuki-Zo, que é predominantemente cristã, e a comunidade majoritária Meitei, majoritariamente hindu. O motivo da guerra? Direitos à terra e identidade.

A situação atual das comunidades deslocadas

De acordo com o Fórum de Líderes Tribais Indígenas, o conflito resultou até agora em 158 mortes e deslocou quase 41.000 indivíduos Kuki-Zo. Destes, mais de 21.000 encontram-se em mais de 110 campos de refugiados no distrito de Churachandpur, uma região habitada pelos Kuki-Zo. Essa transição forçada trouxe consigo um rastro de mortes. Devido à falta de médicos especializados e medicamentos essenciais, pelo menos 80 deslocados, incluindo mulheres e crianças, perderam a vida. A maioria dessas vítimas tinha doenças pré-existentes, e a ajuda governamental se mostrou insuficiente, fornecendo apenas um cobertor e colchão por família.

A origem do conflito

O motivo da discórdia remonta a uma ordem judicial que concedia benefícios econômicos e cotas especiais para a comunidade Meitei, incluindo permissão para adquirir terras nos territórios Kuki-Zo. A ação afirmativa beneficiava apenas as comunidades tribais, incluindo os Kuki-Zo, e a mudança gerou tensão.

Reação Internacional e o Futuro

Até agora, a violência persiste diariamente, apesar da presença militar. E o grito de socorro da comunidade tribal Kuki-Zo ecoou além das fronteiras indianas. Em julho de 2023, o Parlamento Europeu instou a restauração urgente da paz em Manipur, citando preocupações sobre políticas divisivas e aumento da atividade de grupos militantes. No entanto, a solução do conflito parece distante, a violência continua a destruir casas e igrejas, e os relatos de estupros em grupo aumentam a cada dia. O futuro dessas comunidades e a resolução desse conflito dependem de ações significativas que vão além das palavras e requerem uma implicação forte de todas as partes envolvidas, incluindo o governo indiano e a comunidade internacional.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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