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Dízimo é obrigatório? Não dar dízimo é pecado?

O dízimo, um termo oriundo do Velho Testamento, na Bíblia, é uma prática que persiste nos dias de hoje, orientando a oferta dos crentes. Interpretado de modo geral como uma maneira de expressar gratidão a Deus, o dízimo, no contexto bíblico, tinha um papel de sustentação do templo, dos sacerdotes e levitas, e até mesmo dos mais pobres. Em resumo, o dízimo não configura uma espécie de mandamento para o cristão atual, mas é amplamente recomendado.

Jesus, segundo os escritos, não ordenou a prática do dízimo, porém ensinou sobre a importância fundamental da oferta. Desse ensino, o Novo Testamento herda algumas recomendações de vulto para o ato de ofertar. Entre os ensinamentos, estão doar segundo as próprias possibilidades, o estabelecimento de uma regularidade na oferta, e doar com alegria, não como uma obrigação, mas sim como uma benção.

Mas, afinal, o que é o dízimo?

O dízimo, segundo a Bíblia, é a décima parte de toda a renda que um indivíduo recebe. Originário do sistema israelita, o dízimo era destinado aos levitas, que eram separados por Deus para uma tarefa santa e se dedicavam unicamente ao serviço do templo, sem uma herança ou posse territorial própria (Números 18:21 a 32). A entrega do dízimo era vista como um dever sagrado, uma expressão de gratidão e adoração a Deus.

Devolver o dízimo é roubar a Deus?

Em Malaquias 3:8, Deus acusa os israelitas de estarem roubando Dele ao reter os dízimos. No entanto, este versículo não deve ser lido como uma ameaça, mas como um convite à reflexão. Quando decidimos não devolver o dízimo, estamos negando reconhecer que tudo o que temos vem de Deus e é apenas temporariamente confiado a nós. A devolução do dízimo expressa nosso reconhecimento de que Deus é o proprietário de tudo e nós somos apenas seus mordomos.

O dízimo é também uma ferramenta divina para reduzir nosso egoísmo e ganância, nos ensinando a confiar mais em Deus do que em riquezas materiais. O ato de dar o dízimo nos ensina a estabelecer a correta escala de valores, diferencia o que é essencial do que é supérfluo e nos permite usar as coisas e amar as pessoas, jamais o contrário.

Devolver o dízimo é um ato de adoração?

Sim, devolver o dízimo é um ato de adoração e alegria. Mas é importante lembrar que a nossa motivação ao devolver o dízimo não deve ser conseguir bênçãos materiais de Deus, mas expressar nossa gratidão e adoração pelas dádivas já recebidas. Deus não é um fundo de investimento que oferece retorno garantido. Ele é nosso Pai celestial que ama e cuida de nós, e merece nossa adoração sincera e humilde, independentemente das circunstâncias.

Funções do dízimo na sociedade do Velho Testamento

Nessa época muito antiga, o dízimo era uma ordenança para os judeus e carregava uma série de funções importantes para a sociedade. A primeira delas, claro, era a gratidão a Deus. A Bíblia ensina que todo o que possuímos é concedido por Deus, o verdadeiro dono de tudo no mundo (Jó 41:11). Portanto, dar o dízimo era uma forma de reconhecer que o sustento depende de Deus, e não da riqueza individual.

O dízimo também tinha funções pragmáticas muito significativas: servia para sustentar o templo, e além disso, era destinado aos sacerdotes e levitas, que não possuíam terras próprias como os outros israelitas, e por isso dependiam dos dízimos para se dedicar ao ensino das Escrituras e ao serviço no templo. Por fim, uma parte dos dízimos era destinada aos pobres do povo, enfatizando assim a função social deste ato de fé.

O dízimo na atualidade

Assim como no passado, as ofertas cristãs contemporâneas deveriam, idealmente, cumprir as mesmas funções que o dízimo: agradecer a Deus pelo sustento; ajudar nas despesas da igreja, sustentar os obreiros e ajudar os irmãos mais necessitados. Dessa forma, o dízimo constitui um importante legado de uma prática antiga com lições valiosas para a fé e prática cristãs da atualidade.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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