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Conflito no Oriente Médio ‘cancela’ festas natalinas na Jordânia e Palestina

Em um gesto de enorme respeito e solidariedade, os cristãos jordanianos decidiram comemorar o Natal de 2023 de maneira sóbria e silenciosa. O motivo dessa decisão é o conflito em andamento entre o Hamas e Israel, que tem resultado inúmeras perdas de vidas.

A medida tomada visa especialmente evitar as celebrações externas e exuberantes de Natal, ainda que os cultos religiosos dentro das igrejas continuem a acontecer. Porém, essas celebrações seriam marcadas por um ambiente contido e sóbrio.

Quais serão as mudanças nas celebrações?

De acordo com informações divulgadas pela Agência Fides, essa iniciativa partiu do Conselho dos Líderes da Igreja na Jordânia. Esse conselho trabalha constantemente para manter a harmonia e a paz dentro das relações inter-religiosas na Jordânia, um dos países mais diversificados do Oriente Médio.

Neste Natal de 2023, não haverá a tradicional agitação dos mercados de férias, nem canções de Natal ecoando pelas ruas. Apresentações artísticas, desfiles e distribuição pública de presentes para as crianças também foram suspensos.

Para o Padre Rifat Bader, diretor do Centro Católico de Estudos e Mídia na capital jordaniana, a celebração este ano terá um foco maior na essência e no significado espiritual do Natal. “Vamos nos concentrar apenas na celebração religiosa, incluindo cultos e canções dentro das igrejas e nada fora dos templos”, explicou.

Por que Belém cancelou o Natal?

O cancelamento foi motivado como uma demonstração “em honra dos mártires e em solidariedade com o nosso povo em Gaza”, notificou a administração da cidade. Aquela que deveria ser uma época de harmonia e paz transmutou-se numa ocasião de luto e solidariedade aos afetados pela guerra.

Como a população tem lidado com este cancelamento?

A decisão abalou profundamente os residentes de Belém e de toda a Palestina, que veem no Natal um momento de alegria e comunhão. O cancelamento lança uma sombra sobre o espírito festivo que, mesmo em tempos de pandemia por COVID-19, manteve suas luzes acesas. Este é um testemunho da resiliência do povo palestino, mesmo em enfrentamento às adversidades mais sombrias.

O silêncio preencherá as ruas de Belém este ano. Não haverão risos de crianças, nem o brilho das decorações para iluminar o caminho. Uma triste lembrança de que, embora o Natal seja uma época de festividades para muitos, para outros é um período de luta e sacrifício.

Nestes tempos de adversidade, é importante lembrar que a mensagem do Natal vai além da celebração e dos presentes. Trata-se também de compaixão, solidariedade e esperança por dias melhores. E, embora a guerra tenha escurecido as luzes de Belém este ano, a chama da solidariedade e da resistência continua a arder nos corações de seu povo.

Esforços Humanitários: Ação das irmãs Dominicanas

Na contramão do clima de conflito, Padre Bader fez questão de destacar os esforços heróicos de duas freiras das Irmãs Dominicanas do Santíssimo Rosário de Jerusalém. Essas mulheres têm se dedicado a cuidar de pessoas feridas e deslocadas que buscam refúgio na Paróquia da Sagrada Família, em Gaza.

Com essa medida, os cristãos da Jordânia buscam transmitir uma poderosa mensagem de paz e respeito, conectando-se com o verdadeiro espírito natalino. Uma celebração que enfatiza a vida, o respeito pelo próximo e a paz entre os povos.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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