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Católico não pode comer carne em sextas feiras: como funciona a abstinência de carne

É uma recomendação amplamente conhecida entre os católicos: a abstinência de carne nas sextas-feiras, não se limitando apenas à Sexta-feira Santa, mas estendendo-se a todas as sextas-feiras do ano, exceto em coincidência com solenidades. Além dos dias marcantes de jejum, como Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa, a orientação da Igreja é clara – evite carne nas sextas.

Dias de penitência

A prática remonta aos tempos apostólicos, com a ideia de que cada dia da semana reflete um evento da história da Redenção. A sexta-feira, por excelência, é vista como um dia de apelo penitencial, relembrando a tarde em que Nosso Senhor redimiu a humanidade. Apesar de a Liturgia celebrar a Paixão de Cristo uma vez por ano no Tríduo Pascal, todas as sextas-feiras são consideradas dias de penitência.

A base bíblica para essa prática encontra-se nas palavras de Jesus conforme registrado em São Mateus (Mt 9, 14-15), onde Ele responde à pergunta sobre a ausência de jejum entre seus discípulos. Jesus explica que enquanto o noivo está presente, não há razão para luto, mas haverá dias em que o jejum será apropriado.

O Código de Direito Canônico (CDC) e a Constituição Apostólica Paenitemini reforçam a obrigatoriedade da abstinência de carne em todas as sextas-feiras, salvo solenidades. Descumprir essa norma é considerado um pecado grave, conforme ressalta a própria Constituição Paenitemini.

A abstinência não se restringe à Sexta-feira Santa, sendo uma prática durante toda a Quaresma. Contudo, ao longo do tempo, a tradição se consolidou especialmente na Sexta-feira Santa.

É crucial entender que a abstinência abrange todos os tipos de carne de animais de sangue quente, incluindo aves, bovinos e suínos. A exceção inclui peixes e frutos do mar, que não se enquadram na restrição de abstinência de carne.

Além dos aspectos normativos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) oferece flexibilidade, permitindo a substituição da abstinência por outras práticas penitenciais ou exercícios piedosos, mantendo o espírito penitencial.

O cumprimento dessas práticas penitenciais vai além da mera observação de um preceito religioso. Busca-se uma participação mais profunda no mistério pascal de Cristo, renovando o compromisso espiritual e aprofundando a conexão com a fé católica. A CNBB destaca a importância de associar-se com amor e generosidade à Paixão de Cristo, tornando as sextas-feiras penitenciais momentos de reflexão, caridade e crescimento espiritual.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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