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160 cristãos foram alvo de prisão no Irã: perseguição religiosa cresce

As prisões de cristãos no Irã tornaram-se uma triste realidade, como evidenciado pelo relatório “Vítimas Sem Rosto: Violações de Direitos Contra Cristãos no Irã”, lançado por organizações cristãs. Em 2023, 166 cristãos foram detidos, um aumento preocupante em relação aos anos anteriores. Essas prisões ocorreram em ondas, com um pequeno número antes de junho, seguido por mais de 100 nos três meses subsequentes e uma nova onda durante o Natal.

Medo entre as vítimas

O documento destaca a significativa redução na divulgação de nomes e rostos, revelando o medo generalizado entre as vítimas de que a exposição de seus casos possa agravar ainda mais sua situação no Irã. Entre os detidos, apenas um punhado concordou em divulgar seus casos, resultando em um número crescente de “vítimas sem rosto”.

Até o final de 2023, pelo menos 17 dos cristãos presos durante o verão receberam sentenças que variavam de três meses a cinco anos, ou punições alternativas como multas, chicotadas e serviço comunitário. É crucial ressaltar que apenas dois dos presos foram identificados até o momento, como os cidadãos armênios Elisa Shahverdian e Hakop Gochumyan, este último ainda detido na Prisão de Evin.

O relatório também revela uma tendência preocupante de foco direto nos distribuidores de Bíblias, com mais de um terço das detenções ocorrendo em relação a indivíduos que possuíam múltiplas cópias. Essa abordagem intensificada afeta diretamente a liberdade religiosa e de expressão no Irã.

Além disso, o relatório destaca a pressão contínua sobre os indivíduos e suas famílias mesmo após a libertação. Isso inclui monitoramento constante, negação de emprego e educação, e novas acusações ou casos reabertos. Essas formas de pressão tornam cada vez mais difícil para os cristãos permanecerem no Irã, forçando muitos a buscar refúgio em outros países.

A comunidade internacional é chamada a responsabilizar o Irã por suas violações dos direitos humanos, destacando essas questões em diálogos bilaterais e multilaterais. O relatório também apela à aceleração do reassentamento dos cristãos iranianos na Turquia. A perseguição religiosa persistente no Irã demanda uma resposta urgente para garantir a liberdade e segurança da comunidade cristã no país.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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