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Multidão lincha turista em delegacia no Paquistão por blasfêmia

O Paquistão é um país profundamente religioso, onde o Islã é a fé predominante e a blasfêmia é um crime punível com a morte. No entanto, essa forte religiosidade muitas vezes se traduz em intolerância, com acusações de blasfêmia levando a atos de violência extrema por multidões enfurecidas.

Multidão lincha turista

Recentemente, essa intolerância religiosa se manifestou de maneira brutal quando uma multidão invadiu uma delegacia de polícia para linchar um turista local acusado de blasfêmia. A vítima foi acusada de queimar páginas do Alcorão e, mesmo sob custódia policial, não escapou da fúria popular. A multidão conseguiu entrar na delegacia, espancar o homem até a morte e incendiar o prédio, ferindo oito policiais no processo. Mohammad Ali Gandapur, chefe de polícia regional da divisão de Malankand, confirmou o ocorrido, destacando a gravidade da situação.

Inicialmente, a polícia resgatou o homem da multidão e o levou para a delegacia em Madyan. No entanto, anúncios em alto-falantes da mesquita local incitaram os moradores a se juntarem ao ataque. Este não é um caso isolado no Paquistão, onde ações de justiceiros são frequentes e muitas vezes motivadas por rumores ou acusações de blasfêmia. Um relatório da Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional destacou que os responsáveis por esses atos frequentemente agem com impunidade.

Vídeos explícitos do incidente mostraram uma multidão frenética arrastando um corpo nu e ensanguentado pelas ruas antes de incendiá-lo. As imagens chocantes viralizaram nas redes sociais, gerando indignação. Gandapur afirmou que a situação está sob controle e que um caso foi registrado contra os organizadores da multidão. A vítima estava visitando o Vale do Swat para o feriado muçulmano de Eid-al-Adha.

Este trágico incidente é um exemplo perturbador de como a intolerância religiosa e a justiça pelas próprias mãos continuam a ameaçar a segurança e a justiça no Paquistão.

Lucas Alves

Jornalista e colaborador do Diário da Fé.

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